Situação de unidades prisionais do RN chocou equipe do mutirão carcerário
Gerson de Castro da Redação Natal O balanço preliminar do segundo mutirão carcerário no Rio Grande do Norte, iniciado no últi...
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Gerson de Castro
A equipe de Custódio observou que há um processo de fechamento de vagas
no sistema carcerário do Rio Grande do Norte quando a necessidade é de
ampliação. “Além de não abrirem vagas, as autoridades estão fechando, Há
unidades prisionais que foram interditadas e não houve reformas nem
construção de outras”, observa informe distribuído hoje pela Secretaria
de Comunicação Social do Tribunal de Justiça. Segundo o documento, 13
das 21 unidades prisionais do Estado foram inspecionadas pela equipe do
Mutirão Carcerário.
da Redação Natal
O balanço preliminar do segundo mutirão carcerário no Rio Grande do
Norte, iniciado no último dia 2 e que prossegue até 3 de maio, faz um
duro diagnóstico das condições atuais do sistema prisional do Estado. O
Complexo Penal Dr. João Chaves foi apontado como uma das piores prisões
do País pela equipe coordenada pelo juiz Esmar Custódio, de Tocantins,
que atua como juiz auxiliar do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
A equipe de Custódio observou que há um processo de fechamento de vagas
no sistema carcerário do Rio Grande do Norte quando a necessidade é de
ampliação. “Além de não abrirem vagas, as autoridades estão fechando, Há
unidades prisionais que foram interditadas e não houve reformas nem
construção de outras”, observa informe distribuído hoje pela Secretaria
de Comunicação Social do Tribunal de Justiça. Segundo o documento, 13
das 21 unidades prisionais do Estado foram inspecionadas pela equipe do
Mutirão Carcerário.
Tristemente eleita como uma das piores prisões do País, o Complexo
Penal Dr. João Chaves não está muito diferente do presídio que já
recebeu em um passado distante a deplorável alcunha de “Caldeirão do
Diabo”. Os problemas são muitos, aponta o documento: “superlotação,
péssimas condições de higiene, falta de área adequada para banho de sol e
a presença de cumpridores de pena do regime fechado em uma unidade que
deveria abrigar apenas os dos regimes semiaberto e aberto”.
No Centro de Detenção Provisória (CDP) da Zona Norte da capital, a
equipe do Mutirão fichou chocada com a situação de um preso que está
cego, muito magro, sem condições de andar, com dores pelo corpo inteiro e
sem qualquer assistência médica. “Ele está em uma cela fétida, mal
iluminada e abafada”, observa o documento do TJ.
No CDP Potengi, os inspetores constataram problemas como a
superlotação, falta de espaço adequado para banho de sol e escassez de
materiais. O CDP da Ribeira, na região central de Natal, instalado num
imóvel antigo que já abrigou a antiga Delegacia de Menores, foi apontado
pelos inspetores como uma “masmorra”. Superlotado, não tem ventilação e
sobra umidade nas celas.
O CDP de Parnamirim, destinado a presos especiais – a maioria acusados
de crimes sexuais, que devem ficar isolados para não ser alvo de
agressões -, não possui espaço adequado para o banho de sol. As celas
não tem ventilação suficiente e não existem camas de alvenaria, o que
obriga os presos a domir em colchões colocados no chão. Outro problema
constatado foi a presença de condenados numa unidade que deveria abrigar
apenas presos provisórios.
No CDP Feminino de Parnamirim, as detentas ficam em um espaço onde
antes funcionava uma cozinha industrial. O maior problema encontrado foi
o vazamento do esgoto do banheiro que vai até a parte externa da
unidade, exalando forte mau cheiro.
EQUIPE
O Mutirão Carcerário realiza o reexame de 7 mil processoe e análise de
ações destinadas à reinserção social dos cerca de 4.476 detentos do Rio
Grande do Norte (1.001 provisórios e 3.475 condenados). Quarenta
profissionais, entre juízes, servidores, advogados, promotores e
defensores integram a equipe do mutirão, coordenada pelos juízes Esmar
Custódio e Renato Magalhães Marques, do Tribunal de Justiça do Distrito
Federal e Territórios.
defato.com