Sem vaga em UTI, recém-nascidos se recuperam em centro cirúrgico no RN

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Leitos de UTI foram improvisados no Centro Cirúrgico da Januário Cicco (Foto: Matheus Magalhães/G1)Leitos de UTI foram improvisados no Centro Cirúrgico da Januário Cicco (Foto: Matheus Magalhães/G1)
"Se nascer um bebê que necessite de cuidados especiais vamos deixar morrer, porque não há no Rio Grande do Norte um hospital com leito de UTI neonatal disponível? Isso é um descaso do Governo do Estado com a saúde do potiguar. Tivemos que improvisar, criando leitos de UTI dentro do centro cirúrgico", desabafou Maria Da Guia Medeiros, diretora-médica da Maternidade Escola Januário Cicco, unidade vinculada à Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
O G1 tentou falar sobre a falta de vagas com o secretário de Saúde do RN, Luiz Roberto Fonseca, mas a assessoria informou que ele estava em reunião.
A diretora se referiu ao quadro que se instalou na maternidade, situada em Natal, nesta quarta-feira (10). Sem UTI, médicos improvisaram leitos de terapia intensiva no centro cirúrgico,  local usado para a realização de cesárias. Atualmente, oito recém-nascidos estão internados na sala. Por isso, as cesárias foram transferidas para as salas onde são feitas as cirurgias eletivas, as quais precisaram ser canceladas.
"As pessoas passam muito tempo a espera das cirurgias eletivas e nós tivemos que cancelar 20. É uma bola de neve. Precisamos usar o local para fazer as cesárias, já que o centro cirúrgico da maternidade virou UTI", explicou a diretora e médica da unidade.
Macas foram desmontadas para dar espaço aos leitos de UTI (Foto: Matheus Magalhães/G1)Macas foram desmontadas para dar espaço aos leitos de UTI (Foto: Matheus Magalhães/G1)
A maior preocupação da direção é com a necessidade de novos leitos para recém-nascidos que precisem de cuidados especiais para continuarem vivos. "O problema é que se mais algum bebê precisar de UTI eu não tenho conde colocá-lo. Já ligamos para todas as unidades, e nenhuma tem vaga em UTI neonatal. Vamos deixar os bebês morrerem? Não podemos. É preciso que o Governo do Estado olhe para a saúde. As unidades em todo o estado estão precárias, por isso todos correm para a Januário, que fica sobrecarregada", finalizou Maria Daguia.
G1 RN

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